Please...


Dei comigo a cantar bem alto enquanto conduzia de volta para casa, após um dia muito longo de trabalho. A adrenalina invadiu todo o meu corpo e pude imaginar-me a dançar, descomprimindo de imediato e sentindo-me pronta para as restantes horas que sempre ainda me esperam. Aulas, filhotes, casa, vida!

Eis que no final da música acabo a sentir um enorme vazio, por não te ter por perto, não te saber, não te poder tocar, olhar, cheirar… e pronto, fiquei de novo cinzenta, triste e encolhida sob o que sou realmente, uma mulher só, que ainda não se encontrou, que não te ultrapassou, que não está a conseguir tirar-te da pele, do pensamento!

Gritei , forte, deixei sair toda a minha angústia e desespero, o mesmo que havia decidido não permitir de volta, mas de quando em vez, tu assolas-me, ensombras a minha existência, tornas inútil tudo o que construo com tanta entrega. Sem ti, nada faz realmente sentido. Odeio-te por me roubares minutos, horas da vida que quis partilhar contigo. Odeio-te tanto quanto te amo, desesperadamente, com tudo o que tenho para te dar e do qual fugiste.

Liberta-me, por favor, imploro-te, deixa-me continuar a viver, a sonhar outro alguém na minha vida. Deixa que te entenda, que te tenha de novo e perceba se és na verdade o homem que continuo a sonhar, sempre, a dormir e acordada. Preciso de te voltar a sentir, forte, dentro de mim, tirando-me o ar pelo prazer e pela dor que me provocavas. Dor sobretudo perante a possibilidade de não te voltar a sentir.

Vem, agora, de novo. Diz-me, fala-me até que eu perceba quem és de verdade e porque ficou a minha alma presa à tua!

Please…

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