Quando uma mulher regressa...

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Imagem retirada da internet

Não tem sido fácil para a Ana voltar ao mundo do trabalho, mas sempre foi uma excelente profissional, e sabe que só precisa de se adaptar, de ganhar forças e de seguir em frente!

De propósito ou não, fazem-na sentir-se "velha", constantemente, deslocada, uma mãe. Olham-na quase que de soslaio.

- Como pode uma advogada tão brilhante desistir de tudo por amor?
- São escolhas minha querida.


Serão certamente, mas Ana considera-as agora burrices. Decisões ténues e tentativas fracassadas de passar apenas a servir os outros, de deixar de ter e de ser para apenas dar, e deu-se, aos filhos e sobretudo ao marido. Dos filhos não lamenta qualquer minuto, são pessoas admiráveis, seres humanos com carácter, respeitam a mãe, admiram-na e são, agora mais do que nunca, a bóia que a mantém à tona de água. Já do marido, do João, todos os minutos entraram pelo ralo, não permitindo que se aproveitasse o que quer que fosse. Aquela relação extra-conjugal fora totalmente inexplicável. Devotara-lhe sempre imenso respeito, não o imaginando, em nenhum momento, a perseguir menininhas, a querer algo que sustentou mais tarde como sendo para quebrar a rigidez da sua vida.

Ana sabe que jamais se perdoará e que se culpará para sempre por se ter remetido ao papel secundário. Deixara-o brilhar e em troca recebera muita dor e revolta.

Quando uma mulher tem que regressar, ao trabalho, à vida lá fora, por mais duro que seja, o que a move será sempre para a levar ao sucesso e para esta mulher não será diferente.

- Olá mamã, estás cansada?
-Um pouco minha querida, mas feliz e completa.
- Ganhaste o caso?
- Sim, mais um. Sabes minha querida, quero e preciso muito que entendas algo, faz-te sempre a mais importante, não te entregues ao que acham ser o melhor para ti sem dares luta. A tua felicidade é a razão pela qual te concebi e trouxe a este mundo, entendes-me?
- Sim, mamã, entendo-te muito bem e amo-te muito.
- Eu também, a ti e ao teu irmão, daqui até à lua!





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