Castigos!

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Se não escrevo. Se não me passo para as palavras, contando histórias que nem sempre serão as minhas, fico a sofrer de um castigo interior bem pesado e que me inflijo a mim mesma, sem que me aperceba e nada podendo fazer para o mudar. Passo pelas teclas do computador, toco-as de mansinho e depois tento distanciar-me o bastante para que possa continuar no resto da minha vida, mas nunca consigo, é uma relação para sempre e nesta nunca nos separamos, nem nunca nos zangamos, porque precisamos de nos ter e temo-nos sempre. Fico mais insuportável e difícil de gerir se não escrevo. É o meu castigo por ter mais palavras do que as que poderiam caber a uma só pessoa. É o Universo a dizer-me que tenho que aprender a dosear, no amor, nos sons, nos movimentos em tudo o que me faz estar aqui e agora a dar-vos de mim.

Se não escrevo, dificilmente ouvirão o que largo de forma quase desesperada, para nunca mais me pertencer. Se não escrevo não saberás o que penso de ti. Não partilharás o que sinto, como o sinto nem por quanto tempo. Se não escrevo a minha energia decresce, o meu olhar sobre o mundo inflama-se e acumulo sentimentos que depois se empolam ameaçando rebentar. Se não escrevo percebo que tenho um vício que jamais me sairá do sistema, até porque não tem cura, mas terá certamente efeitos secundários.

Se os meus castigos fossem todos assim, resolveria cada um com as palavras e certamente que seria sempre bem-sucedida, mais do que sou no amor!

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