Não sabes, nem saberá ninguém!

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Não sabes, nem saberá ninguém, de que forma estou a cada dia, nem o que planeio na minha mente intranquila. Tenho sempre tantos sons e ecos, penso demasiado, questiono até a forma como respiro. Não me sossego e não paro de me mover.

Sinto forte o meu percurso. Olho-me bem dentro e consigo entender-me melhor. Sei o que NÃO quero, viro a página e aprendo com cada tropeçar, fugindo do que não me faz feliz e duvidando sempre que o meu coração se inquietar. Aprendi a escutá-lo e a saber o que o mantém com a força que me passa ao sangue que corre veloz e me alimenta.

Não sabes, nem mesmo tu o que sinto sempre que não te consigo sentir. De cada vez que duvido do que serás realmente e de que forma me poderás trazer mais do que sou já. Não o sabes porque não me conseguiste ter e porque me tenho escondido para não te assustar. Não te incluo para não te perder, outra vez.

A minha intensidade impede-me de sossegar, voando para não caminhar e correndo porque o chegar é a sensação que quero guardar. Olho as minhas mãos, cada pedaço do corpo que me trouxe até aqui, e sinto a força que me mantém em pé mesmo quando me apetece enrolar-me em mim e desistir. Tu não sabes quando rezo a quem me segura firme e me faz continuar, mesmo quando grito por dentro. Mesmo quando o medo me gela as entranhas e me paralisa por segundos, os que bastam para que não queira estar aqui, assim. Para que dê a volta, suba a montanha e sinta os pés sangrarem, mas a levarem-me até onde sou sempre a que conheço.

Se não fosse esta. Se não me ouvisse realmente. Se não me conseguisse perdoar pelo que me impedi de ter, não me saberia, tal como não o sabe ninguém ainda. Se continuar a ser esta, a mulher que exige que a amem na proporção do que amará sempre, da única forma que vale a pena. Se continuar neste percurso, quem sabe não te trarei de volta!

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