Que diferentes nos tornamos quando já resta muito pouco!


A idade passa por nós, por alguns, com mais violência, ficando marcas profundas, mudando as nossas características e deixado-nos irreconhecíveis!

Hoje fiquei chocada com um amigo que se tornou um verdadeiro fantasma, tão diferente de tudo o que pudesse imaginar que se tornaria, que tive de lhe pedir desculpa e perguntar de quem se tratava.
Para os que não acreditam que a falta de amor nos marca com um ferro bem mais quente que o do ferreiro. Para quem recusa ver o futuro com clareza, sorrindo no percurso que vai fazendo, e tanto que o via sorrir, quando era forte, jovem e pinga amor. Deveriam ter presenciado como o fiz eu hoje, no que se torna um homem com 57 anos que não criou laços, nem um amor que fique e que o erga de cada vez que cair. Tanto que zombou das mulheres, usando-as, porque era realmente bonito. Na altura bem mais velho do que eu, mas hoje apenas uma sombra, sozinho, "desamado" e velho. Foi triste!

Não sei para onde iremos todos parar, sobretudo os muitos que vejo, a cada dia, chutarem a felicidade, pontapeado-a com risos e gargalhadas, apostando nos palminhos de cara e corpo que ainda vão tendo, e escolhendo esquecer-se do depois, das rugas, da gravidade e das sombras que lhes escurecerão o olhar, com o brilho que as abandonará.

O que faz sentido é ter no agora quem no amanhã não se vá importar com a inevitável velhice, até porque nos verá com os olhos do amor. O que faz sentido é enquanto jovens, sobretudo de alma, usarmos o melhor que temos para criarmos o melhor que seremos. O que faz sentido é não padecer de uma doença que não se cura com qualquer prescrição médica, evitando-a enquanto houver tempo.

Que diferentes nos tornamos quando já resta muito pouco. Pensem nisso!

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