A um dia do dia...

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Estou a um dia do dia em que há um ano atrás todos os meus dias parecem ter sido sugados para uma nova dimensão. Lamentos? Arrependimentos? NENHUNS. Nunca consigo arrepender-me do que faço com total convicção e seguindo uma linha com sentido. O que eu desejo, o que quero, mesmo, para mim, leva-me a percorrer montes e vales para lá chegar.


A vida passa tão rapidamente, que é quase impossível não analisarmos o que nos chega, e a nós mesmos, sem pesar e medir o que fizemos, mas também o que deixámos por fazer. A vida encarrega-se de nos dar o que tanto parecemos pedir, talvez não da forma mais certa, por nos sabermos incapazes de anunciar o futuro e querendo, somente, usufruir do presente.

A um dia do dia em que jamais, em momento algum, acreditei conseguir ser capaz de me virar do avesso para amar quem parecia saber amar-me. Os balanços são comuns em pessoas como eu, porque gosto de entender os porquês até do que não se explica. O meu balanço é incrivelmente positivo e sei, hoje mais do que ontem, que teria que ter vivido cada experiência e sentido cada lugar, olhar, dor e prazer, para chegar até aqui, ao dia em que seria capaz de sentir saudades do que já foi meu.

O ano que nos deixou foi um dos maiores e mais intensos da minha vida. Acreditem que sei do que falo, eu a quase extremista e a que viveu sempre tudo a uma velocidade estonteante. O ano que ainda cheira a fresco, mas que partiu, levou com ele, dois dos homens mais importantes da minha vida. Um que esteve sempre e que permanecerá para além de tudo o que se esfumar no percurso. O mesmo que me passou o que tenho e com o qual me debatia numa exigência de comportamento que provavelmente nem eu teria. O homem que me ensinou a escrever, mesmo sem nunca se ter sentado do meu lado para me segurar as mãos determinadas, mas que me deixou a capacidade de querer mais, de ser bem maior e de lhe provar que era, realmente, quem ele imaginava. Com o mesmo ano, entrou o outro homem que me imprimiu emoções que nem suspeitava ter. Através dele passei a viajar, em mim e da minha maneira determinada, com mais certezas, escudada pelo enorme prazer que parecia sentir em me ter. Também o perdi, mesmo que agora, de olhar mais sereno e distante, entenda que nunca o tive. Fui bafejada por palavras fortes e desejos por satisfazer, mas sempre adiados. Fomos dois grandes sonhadores à espera do que não seríamos capazes de dar. Quisémos  a lua, mas nenhum de nós esteva à altura de a ir buscar. Soubemos a resposta a muitas perguntas por fazer, mas não gostámos das respostas que acabaram por chegar.

A um dia do dia em que pareço ter recomeçado a sentir-me mulher, carrego a certeza, cada vez maior, de que mereço tudo e que não posso, em momento algum, contentar-me com o pouco que me quiseram oferecer. Não estou mais pobre, muito pelo contrário, estou mais forte, mais tranquila e serena e estou capaz de aceitar, de agora em diante, quem vier e me chamar de mulher da sua vida. O pobre terá que se esfolar bem mais, porque depois do que, aparentemente, tive e me foi tirado tornei-me capaz de entender até as línguas que nunca ouvi falar. Nesta fase "adulta" da minha vida, mais ninguém conseguirá esconder o que é, o que carrega e o que nunca conseguirá cumprir. A um dia do dia em que aprendi a amar incondicionalmente, sei que fiz o que devia, como devia e à única pessoa com poder para me libertar de mim.

Obrigada, de maneira diferente, a dois dos homens da minha vida que escolheram, de forma bem cruel, mas inevitável, deixar-me como sempre estive, sozinha!

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