De volta a mim!


Feelme/De volta a mim!Tema:Contos!
Imagem retirada da internet
Estou a olhar para ti mas não acredito, quantas vezes dei comigo a desejar o reencontro que agora aconteceu? Nem eu sei, mas não reajo, quero tocar-te, saber se és real, mas os meus músculos estão paralisados. Estás a sorrir-me, já percebeste que estou incrédula e dás-me, pacientemente, tempo para que recupere. 

Quem é que conhece a sensação de querer tanto alguma coisa que até se surpreenda ou duvide quando finalmente chega? O que foi diferente hoje? Será que esperei com mais força, mais vontade? 

Hoje por acaso foi daqueles dias em que gritei bem alto, enquanto conduzia lá para os lados de onde te vi e senti pela última vez, gritei o teu nome, cerrei os punhos em desespero, tenho alguns dias assim, em que desespero de tanto desesperar, outros serão bem mais tranquilos, serenos, mas hoje quis-te, tanto, tanto que talvez me tivesses ouvido por dentro. Não queria ter que esperar, ter que continuar a sonhar-te apenas, queria e quero sentir-te e como anseio por te sentir de novo.
- Sou eu, vem cá minha querida, deixa-me olhar-te.
Falaste, é a tua voz, aquela mesma que me despertava diariamente para a vida que ansiava mudar, e apenas porque entraste nela. Existem almas gémeas sim senhora, eu atesto, outras que já nos conheceram e que reconhecemos mal vemos e ouvimos. Eu conheço-te de outras eras, de outros amores que te tive, porque sei que sempre te amei, a ti que reencontrei agora.
- Não é possível, parece que os anos não passam por ti, continuas na mesma linda, mais madura, mas de olhos brilhantes.
Enquanto me falavas baixinho, sentia as tuas mãos nas minhas nádegas, na minha cintura, tocavas-me, mexias-me, estavas a sentir-me de novo, como da nossa primeira vez, daquela vez em que passei a sentir o teu cheiro, em que tive os teus abraços fortes que até hoje me reconfortaram sempre que te ansiava. Eu não sei, porque és tu, mas sei que o és, que te sonho sempre tão real, que só poderias estar outra vez aqui a olhar-me. Eu apenas me aninhava no teu peito, não te queria largar, o teu corpo quente estava de volta ao meu.
- Já te disse que te amo? Que te vou amar e querer até que te esfumes para sempre?
- Disseste-me mais vezes do que eu a ti, porque fui um fraco, porque senti sempre que não estava à altura de ti.
Calei-te com o beijo pelo qual esperei tanto, mas tanto, que agora ponho a alma, a dor, a vontade e todos os sonhos que sonhei de ti e contigo, juntos com ele. Sonhos nos quais voltámos a amar-nos com a intensidade a que nos habituámos. Ter-te dentro de mim foi sempre reconfortante, completo. Sempre que te implorava – “Por favor amor entra dentro de mim, preciso de te sentir até que te fundas em mim”. Fazer amor contigo não era apenas físico, era uma necessidade mental, irreal, que vinha das entranhas. Acho que tanta intensidade te assustava sim. Ao contrário de mim não acreditas no além, em reencarnação e em outras vidas. És terra a terra, mas até tu te perdias em explicações vãs do que seriam estes sentimentos.
Estamos ambos nus, olhamos o tecto de mãos dadas, respiramos pesadamente os orgasmos intensos e múltiplos que tivemos. Fora sempre assim e nada mudara ainda.
- Alguém te deu o mesmo que eu, em todos os corpos que procuraste?
- E como sabes tu que tive outros corpos?
- Sei, porque sinto, porque te conheço como a mim mesma. Procuraste outros corpos que te afugentassem de mim. Tiveste outros orgasmos, mas não eram os mesmos. Não tens por onde fugir se quiseres ser tu de novo, e já o entendeste.
- E tu esperaste por mim?
- Eu espero por ti faz muitas vidas. Assim será, até que todas elas sejam vividas.
Estou eu agora por cima e vou-te recordar o quanto é bom sentires-me, como o meu calor te queima, te enlouquece.
- Ninguém se mexe como tu. Enlouquece-me outra vez, lembra-me de ti, sê minha.
Desta vez prometo que não te deixo fugir, ir embora. Vou-te ter, vais ser meu, vou-te matar de amor, de calor, de beijos, de medo de não me teres mais. Vou ser tudo o que precisas e desejas. Mais do muito que sei que ainda te posso dar!

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