Quem sou...

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Quem sou, neste momento da minha vida, já me deixa poucas dúvidas, mesmo que duvidar faça parte de um ser inquieto como eu. Quem sou, de cada vez que novos desafios se avizinham, nunca cessa de me surpreender, mesmo que entenda saber, à partida, o que farei e como. Quem sou, quando o homem que desejei chega, sou eu mesma, em cada palavra, toque e olhar, porque só sei ser assim.

Confesso que por vezes sinto um medo gelado, de mim, porque o meu sofrimento nunca se agudiza, não o bastante, para que me mate por dentro. Morro em pedaços pequenos, mas apenas para voltar a viver, no minuto seguinte, porque é de viver que gosto e é na vida que encontro o que me deixa mais capaz de continuar.

Quem sou, para os outros, dificilmente será quem reconheço. Eu sei que dou o que posso, apenas quando entendo poder fazê-lo, e que me recolho, demasiadas vezes, para me desnudar apenas comigo. Isto de sermos transparentes, e passíveis de leituras esclarecidas, deixa-nos com uma liberdade condicionada que nos enfraquece cada músculo que queremos duro, e pronto para as batalhas.

Quem sou depois de já ter sido tanto, permite-me sorrir até quando chorar seria mais fácil. Quem sou, depois de "ti", já não é, nem poderia ser, a mesma de lá atrás, porque contigo veio bem mais do que esperava. Quem sou, hoje, terá que melhorar amanhã, porque no final de cada dia, estarei eu mesma, por aqui, na vida que vou escolhendo, e com quem necessitará, sempre, de mim.

Quem sou, eu, será que chegaste a saber?

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